Dois Córregos combateu na Revolução Constitucionalista         

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A pequenina Dois Córregos teve importante participação na Revolução Constitucionalista de 1932, acontecimento cujo Estado de São Paulo, há poucos anos, reconheceu como um dos mais importantes da sua história a ponto de ser decretado feriado estadual no dia 9 de julho.

Segundo relato do historiador Anor Scatimburgo, no livr  o “Painéis Históricos de Dois Córregos”, reportando-se a notícias publicadas àquela época no jornal “O Democrático”, vários jovens de Dois Córregos incorporaram-se ao Batalhão da Capital para lutar em favor da causa de São Paulo.

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O relato do livro aponta que seguiram para a luta, Oscar Novakoski, Napoleão Corazza, Alvides Zanetta, Domingos Piva, Pedro de Oliveira Lima, Décio da Silveira Neuber, Rino Cera, Vicente Napolitano, Antonio Rizziti e Pedro Carmesini, dentre outros.

O livro ainda informa que foi montada, na cidade, uma comissão para arrecadar fundos para ajudar o Estado a manter o combate contra o governo federal. Os donativos eram feitos em dinheiro ou em peças de ouro. Ao todo foram arrecadados 6 contos e 281 mil-réis, que era verdadeira fortuna na época.

Ainda, autoridades constituídas no município programaram vários eventos, incluindo discursos em ambientes fechados e em praça pública, em favor da causa paulista. Também foi organizado um fundo de assistência às famílias dos soldados combatentes de Dois Córregos, que passaram a sofrer privações em face da seguida para o campo de combate dos chefes de família ou dos filhos.

A Revolução de 1932

A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um levante organizado pelo Estado de São Paulo, contra o governo federal ditatorial, então comandado por Getulio Vargas. O gaúcho Vargas tomara a presidência por meio de um levante nacional, em 1930.

Sua proposta era instalar um estado democrático, destinado a acabar com o vício das oligarquias paulista e mineira, que revezavam os presidentes, um de cada Estado, no poder, a cada mandato. Entretanto, instalou um estado ditatorial, fechando o Congresso Nacional e os legislativos dos Estados. Ainda, nomeou interventores para os Estados e até para as prefeituras.

Passados quase dois anos de governo, Vargas não dava a mínima mostra de intenção de fazer uma nova Constituição para o país, capaz de fazer o Brasil voltar à normalidade democrática. São Paulo se levantou em favor da causa constitucionalista, chegando às armas.

São Paulo, que inicialmente iria contar com o apoio de outros Estados da federação, acabou ficando sozinho no confronto e foi derrotado no campo de batalha. Mas, conseguiu seu intento, uma vez que o governo federal acabou tendo de levar avante o projeto de fazer uma nova constituição para o Brasil. 

  Matéria publicado pelo JORNAL INDEPENDENTE, impresso, edição de 10/07/2004  
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