O Jornal Independente de Dois Córregos apresenta o seu novo colaborador

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Conheça Gustavo Miquelin Fernandes que passa a publicar artigos em nosso jornal.

Em rápida conversa, falou sobre sua carreira, livros de sua preferência, sobre nossa cidade de Dois Córregos e outros temas. Confira:

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1) JI: Conte-nos sobre você, sua formação, origem, interesses e suas influências.

Nasci em Dois Córregos, tenho 32 anos e, hoje, atuo como Procurador Jurídico. Tenho uma filhinha de cinco meses. Minha família, pelo lado paterno, teve atuação marcante na atividade ferroviária: meu bisavô foi José Poleti e meu avô foi Francisco Fernandes, líder espírita na cidade. Sou filho de Luiz Carlos Fernandes, homem que me deixou inúmeros exemplos morais, e sobrinho de Luís Roberto Fernandes (Bartolo) que contribui até hoje para o desenvolvimento de nosso Município.

As áreas de meu interesse, as quais desejo me aprofundar pelo resto da vida, são o Direito, a Filosofia e a Religião, abrangendo questões, para mim fundamentais, como as relações de poder, a dialética jurídica, os movimentos ideológicos modernos, os chamados direitos fundamentais, a teoria moral em Kant e, por fim, a vida após a morte. São motes que me atraem com ferocidade e pelos quais possuo um interesse mortal. Tenho a oportunidade de ter alguns espaços na imprensa, aproveitando para expor algumas ideias. Agora, com a oportunidade neste jornal, desejo estabelecer um canal para boas discussões.

2) JI: Quais livros e ideias que te influenciaram?

Para além dos livros que usei na faculdade, de viés mais técnico, que sempre temos que consultar, poderia citar: The Province of Jurisprudence Determined, de John Austin; Direito e Justiça, de Alf Ross e alguns manuais clássicos de Direito Constitucional. Meu interesse no pensamento liberal começou quando tive meu primeiro contato com os autores Ludwig von Mises e Friedrich Hayek. Considero a Literatura importante como exercício da abstração, de capacidade imaginativa, de contextualização histórica e um excelente estudo sobre os símbolos humanos, além de ser possível, através dela, sintetizar toda uma Era, um período, uma fase histórica por meio de ilustrações narrativas. É um documento arqueológico rico. Neste sentido, Dostoiévski é o demiurgo da literatura mundial, reinando absoluto e seu livro “Crime e Castigo” é o maior tratado de Psicologia, Direito, Literatura e Filosofia que existe no mundo – tirante a Bíblia. A Bíblia, como disse acima, é a matriz universal literária; tudo que há no mundo, pensado, raciocinado, escrito ou dramatizado está escrito em algum lugar dela. Seus livros jamais poderiam ser desprezados por quem quer que seja. Sem a religião e a Literatura, o mundo simplesmente deixa de existir como mundo. Estas coisas parecem ser muito distantes do cotidiano e da prática comum do homem normal. Neste sentido, a ideia que mais me influencia vem de Aberto Camus, no sentido que a Filosofia é um embasamento teórico da vida. A tarefa fundamental e última da Filosofia é como viver a vida e o que é a vida? E quando o francês disse que existe apenas um único problema filosófico realmente sério – o suicídio – ele leva o debate à exata altura do pensamento. Todas as discussões que descambam para fora desses contornos são meramente acessórias. São penduricalhos intelectuais e, muita vez, não passam de pedantismo e metideza. Nos escritos de hoje em dia, pelo que leio na imprensa, sobram imodéstia, arrogância e propaganda esquerdista – todos com soluções prontas para salvar o mundo.

3) JI: Na sua visão, quais são os principais problemas do Brasil?

E do Município? Há somente um problema: o vácuo espiritual, que é facilmente substituído por outras porcarias. A degeneração política, social, econômica tem sua gênese única na degeneração do Espírito e da cultura. Não existem soluções fáceis. O país, eleitoralmente dividido, e até descambando para a violência física e intolerância, vive um momento de especial gravidade. Quanto à cidade, vou manifestar logo no meu primeiro artigo que, provavelmente, será sobre o cemitério. Observo que não tenho filiação partidária, nem ligações com grupos políticos locais, aos quais não tenho qualquer tipo de simpatia.

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