Meu Avô Francisco Fernandes – Vô Chico

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 Replico aqui, na íntegra, um texto escrito pelo orador e escritor espírita Orson Peter Carrara a respeito de meu avô, com quem tive oportunidade de conviver até os quinze anos de idade. Foram muitas as oportunidades que pude aprender algo com ele. Agradeço ao Orson pelo gentil texto.

Gustavo Miquelin Fernandes

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Marcante personalidade

A convivência na vida de uma cidade permite-nos conhecer personalidades que deixam marcas no coração. São pessoas cujo comportamento diário, caracterizado pela coerência entre o que falam e o que fazem, passa a significar verdadeiro roteiro iluminado para seus contemporâneos. Nem sempre são compreendidos, mas a verdade é que quando partem sua ausência física mostra a grandeza de sua presença entre nós.

Todas as cidades estão premiadas com estes cidadãos. São homens e mulheres comprometidos com uma vida digna, reta, sempre voltada para o bem do próximo, sempre selada com a clareza, a honestidade, a conduta exemplar. Estão em todas as famílias, classes sociais, não importando o grau de instrução ou a profissão que exerçam. Estão sempre presentes e só percebemos claramente seu valor depois que partem…

Em nossas pequenas Dois Córregos e Mineiros do Tietê há vários exemplos dessas extraordinárias criaturas. Comparecem no cenário do mundo para serem condutores de uma família, de uma instituição ou mesmo de uma cidade. Por algumas vezes, já fizemos algum esforço biográfico de algumas dessas personalidades.

Pois bem! Pela ligação do mesmo ideal espírita e pelos 18 anos de convivência em Dois Córregos, também privamos do privilégio da amizade de um desses valorosos vultos: Sr. Francisco Fernandes, o Seu Chico.

Natural de Campinas, onde nasceu a 9 de setembro de 1915, era ferroviário aposentado. Último dos 5 filhos do casal João Antonio Fernandes e Herculana da Conceição Motta, casou-se em 10 de julho de 1941 com a doiscorreguense Heloiza Poletti Fernandes com quem teve dois filhos: nosso amigo Luiz Roberto (o conhecido Bartolo) e Luiz Carlos (já falecido). Seis netos, as duas noras e uma bisneta é sua riqueza familiar. Faleceu em Dois Córregos mesmo no dia 26 de setembro último.

Como ferroviário, desde o ano de seu casamento, em virtude de seu bom conhecimento intelectual, e de uma boa caligrafia, prestava serviços a seus companheiros de profissão na redação de cartas que eram endereçadas ao setor de Pessoal da Companhia Paulista de Estrada de Ferro. Sempre gozou de ótimo conceito entre seus companheiros de profissão.

Como autêntico espírita, possuidor de vasta biblioteca de bibliografia específica, foi muito estudioso e vivia com a dedicação de quem conhecia o ideal que lhe norteava a vida. Desse ideal, desde há muito tempo esteve vinculado à SOCIEDADE BENEFICENTE ESPIRITA DE DOIS CORREGOS (fundada em 01/08/1935), mantenedora do LAR TITO-PAIVA, obra que tem por finalidade a pratica da caridade, pela assistência social e educativa, com moradia gratuita a necessitados e assistência a idosos e desemparados inválidos. Ingressou na entidade em 1955 como segundo secretário, passando a exercer a Presidência a partir de 1957, nela permanecendo até 1992, tendo de afastado da presidência por motivo de saúde.

A partir de 03/05/1992, passou a exercer o cargo de VICE-PRESIDENTE até o seu óbito.

É, sem dúvida, um exemplo de vida para a cidade. Dedicação e perseverança presentes na vida cotidiana de Dois Córregos.

Agradeço ao amigo Bartolo pelos dados para elaboração deste artigo homenagem.

E como a vida continua para todos, esforcemo-nos por realizar o melhor ao nosso alcance. Seu Chico já cumpriu sua tarefa. Agora cabe-nos o dever de continuar.

Orson

 

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