EDITORIAL – Peregrinação periódica

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São muitos os candidatos a deputado que têm visitado a cidade. Inclusive e, principalmente, parlamentares que buscam a reeleição. Isso é comum nessa época do ano. Existem aqueles que marcam presença, vez ou outra, também fora do período eleitoral. Mas durante o tempo de pré-campanha ou de campanha, a intensidade aumenta. Os postulantes precisam de votos. E esses votos, em grande parte, dependem do trabalho dos correligionários políticos nas comunidades.

Neste ano esta necessidade se mostra ainda mais premente. Pela primeira vez os candidatos a deputado vão participar de uma campanha mais curta. O tempo de exposição no rádio e na televisão é muito pequeno. O dinheiro está mais raro, com a proibição da doação de empresas. As campanhas, naturalmente, serão mais pobres. Claro que haverá caixa dois. Mas o cuidado também deve ser maior. Em tempo de Lava Jato, nem todo mundo se permitirá expor sem medo. Então, é preciso ir à procura do voto à conta gotas.

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Quando havia dinheiro à vontade, quem tinha recursos abundantes fazia uma campanha mais fácil. Ainda vai ser assim, mas pelo sistema atual, conquistar votos será mais difícil. A dependência dos apoios locais, nas comunidades, passa a ser fundamental. No caso de deputados, muita gente vota na confiança de quem faz o pedido. Geralmente nem conhece o candidato. Isso fica claro quando parece certo que a imensa maioria sequer lembra em quem votou, há quatro anos, para deputado estadual ou para deputado federal.
Outra ferramenta importante na eleição atual será a exposição pelas redes sociais. Seja por meio dos sistemas montados para este fim, seja pela divulação dos correligionários. Aliás, até os candidatos a cargos majoritários já perceberam isso. Não só ele, mas Bolsonaro está em campanha faz muito tempo. O objetivo aqui não é tratar de campanhas e nomes, mas ressaltar como essa eleição será diferente. Sobretudo para os que dependem de voto no Estado todo, como os candidatos a deputados, em maior quantidade.

A corrida para o Senado é mais restrita. Na eleição de outubro cada Estado elegerá dois representantes. Na passada foi eleito apenas um. Existe essa alternância a cada quatro anos. O mandato é de oito anos. Cada Estado da federação, independente do tamanho, possui três representantes. Seja como for, a tendência da abstenção ser grande, principalmente a eleição destinada a preencher os cargos dos Legislativos, é imensa. Como também a quantidade de votos nulos e brancos será expressiva.

Os candidatos ainda nem foram homologados pela Justiça Eleitoral e faltam apenas dois meses para a eleição. A homologação dos regulares deve acontecer até o dia 15. Por isso, por enquanto, o interesse é pequeno para um pleito tão importante. Uma eleição na qual se vai escolher o presidente da República e os governadores dos Estados. Ainda, senadores, deputados federais e deputados estaduais. Pior é pensar no desastre que pode sair das urnas, em nível de país, a continuar a tendência de momento.

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