Ninguém desconhece a urgência que o Brasil tem de novos investimentos. Quase catorze milhões de desempregados, fora os milhões que já desistiram de procurar emprego e os sub-empregados. Os que estão na economia informal. Os que habitam as ruas. Os que vivem da ilicitude.
Todos à espera de dias melhores. Cobram o governo, mas não têm ideia de que o estrago foi enorme e que o País tem um longo, longuíssimo, árduo e sacrificado caminho a percorrer, antes de voltar a estágio em que já esteve vinte anos atrás.
Mas o governo também não colabora. Envolvido em eleição, em fugir de Lava Jato e de outras instâncias – polícia federal e MP, por exemplo – não cuidam de fornecer ao estrangeiro a sensação de que haverá segurança jurídica, reduzir-se-á a burocracia, combater-se-á a corrupção, procurar-se-á a eficiência. Princípio da Administração Pública tão negligenciado nesta terra do faz de conta.
Em lugar de acenar com dias melhores, o Brasil ostenta péssimo espetáculo ao mundo civilizado. Perde três posições no Ranking Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial. O mundo já está imerso na 4ª Revolução Industrial e nós continuamos a exportar commodities.
O Brasil está preparado para o futuro? À evidência, NÃO! Não leva a sério a educação, a não ser no discurso. Não chama a sociedade a colaborar repartindo responsabilidades para cobrar sacrifício, esforço, empenho e brio do alunado. A família declinou do currículo oculto. Crianças e jovens não são polidos. Não respeitam professores. Depredam, estragam, conspurcam e destroem.
Por isso é que, entre os Brics, o Brasil é o lanterninha. A China está em 28º lugar, a Rússia em 43º, Índia em 58º e África do Sul em 67º. Nós amargamos um 72º lugar, abaixo da metade dos 140 juízes avaliados.
Somos, de longe, o pior da América Latina, pois o Chile está em 33º, México em 46º, Uruguai em 53º, Colômbia em 60º, Peru em 63º e Panamá em 64º. Enquanto isso, os Estados Unidos são o primeiro, Singapura o segundo, Alemanha, Suíça, Japão vem logo em seguida.
Quando é que vamos acordar e tentar recuperar as décadas perdidas? O que aconteceu com esta Nação que já foi considerada uma esperança para o Planeta e que sepulta os sonhos de sua infância e juventude, quando não acumplicia o morticínio desse tesouro insubstituível?
*José Renato Nalini é Reitor da Uniregistral, professor da Uninove e Anchieta, autor de “Ética Geral e Profissional”, 13ª ed., RT-Thomson Reuters.