Coisas boas reanimam

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Quando se pensa que tudo está perdido, que o Brasil não tem mais jeito, surge algo a dar fôlego àquela fagulha de esperança quase extinta no coração desalentado.

O maltrato da natureza, premeditado e incentivado por quem deveria ser o mais devotado cuidador, estimulou a gatunagem à destruição massiva da floresta. Desmanche da fiscalização, ridicularização não apenas das ONGs, mas também de organismos científicos prestigiados e reconhecidos por sua eficiência. O recado foi assimilado pelos interessados na derrubada do verde e na disseminação do deserto.

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Não dá para ser otimista com um clima desses.

Todavia, vê-se que alguns dos parlamentares eleitos no ano passado se propõem a economizar R$ 148 milhões ao longo do mandato. Isso mediante redução da equipe de assessores, decreto do fim de mordomias e privilégios, dispensa de carro e motorista e recusa de aposentadoria especial. Se isso fosse adotado por todos os parlamentares, o modelo economizaria 5,5 bilhões ao Brasil.

Ainda é pouco, mas é um sinal de esperança. Assim como é saudável constatar que uma parte do país acordou para o rombo previdenciário, cujo valor anual construiria 3 milhões de casas populares a cada ano, propiciando moradia para 12 milhões de pessoas, o que acabaria com o déficit habitacional em 3 anos.

Essas notícias precisam ser disseminadas e para isso existem as redes sociais, as grandes protagonistas das eleições de 2018 e que no ano que vem ajudarão a eleger prefeitos e vereadores. É preciso desenvolver as habilidades das crianças e jovens, para utilização de estratégias que divulguem as boas práticas. Há múltiplas plataformas de comunicação e se elas têm o risco de divulgar mentiras, podem ser convertidas em veiculação fidedigna da verdade.

O bem precisa prosperar e sufocar o mal que se entranhou na nacionalidade, principalmente nas mais elevadas esferas. Não podemos sepultar o patrimônio intangível da honestidade, da probidade, da tolerância, da generosidade, da compaixão, da sensibilidade, do amor ao próximo. É legítimo procurar sobreviver, mas com dignidade, sem espezinhar o semelhante. E, principalmente, salvando esse patrimônio milionário que é a natureza brasileira. Fonte inesgotável de recursos da biodiversidade que, bem utilizado, tiraria o país desta indigência moral em que mergulhou e que, infelizmente, parece se afogar em indefinições e em mediocridades.

*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2019-2020.

 

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