Vamos variar o cardápio?

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O mundo mudou e quem não perceber o que isso significa, ficará perdido. A juventude enfrentará desafios inimagináveis para sobreviver de forma decente. E será forçada a se adaptar a novas demandas, hoje ausentes do cardápio de ofertas.

Obteve-se relativo êxito com a universalização do acesso à escola. Aos poucos se reduz o número dos analfabetos em sentido estrito. Ainda é exuberante a proporção dos semi-alfabetizados e dos analfabetos funcionais. Mas a verdade é que o uso contínuo das redes sociais força até o mais tapado a adquirir certa desenvoltura ao identificar mensagens.

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O importante é ter noção de que tudo aquilo que foi ensinado até agora talvez seja de ínfima serventia para o amanhã. Por exemplo, as profissões. Há uma resistência a encarar cenários que tornam obsoletas atividades até ontem prestigiadas e a reclamar os audaciosos que abracem outros caminhos.

A tecnologia está com tudo e estará bem aquele que escolher a profissão de tecnólogo em uma faixa muito ampla de opções: mecatrônica industrial, design gráfico, design de produto, gestão de qualidade e logística. Mas também tecnologia em um nicho no qual o Brasil precisa investir pesadamente: a gestão. Tecnologia em gestão comercial, de recursos humanos, financeira, hospitalar, pública, em marketing, em processos gerenciais.

A informática requer mais cientistas da computação e especialistas em sistema de informação. Tecnologia em análise de desenvolvimento de sistemas, banco de dados, informação, jogos digitais, redes de computadores, segurança da informação, sistemas para internet, compliance em várias áreas: jurídica, econômica, ambiental, etc.

Assim que o turismo for levado a sério, haverá necessidade de agentes, para planejar e promover roteiros de viagem, eventos e atividades de lazer. Unir o turismo à cultura e ao folclore. Turismo em todas as áreas: a exuberância da nossa biodiversidade, o universo marítimo, com os oito mil quilômetros de costa brasileira, histórico, religioso, cultural e artístico, folclórico e de reinvenção do artesanato e artes populares. O Brasil precisa de pessoas para cuidar com seriedade do ambiente, como engenheiro ambiental, tecnólogos para silvicultura, exploração racional do extrativismo e daquilo que o País poderá obter com sua fabulosa biodiversidade vegetal e animal.

Não faltará futuro auspicioso para quem vier a abraçar com fervor e entusiasmo uma nova área. Já os que preferirem a falácia da estabilidade, poderão encontrar surpresas não muito agradáveis daqui a poucos anos.

*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2019-2020.

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