O ocorrido aconteceu quando eu tinha por volta de seis ou sete anos de idade. Portanto há muito e muito tempo, uns 70 anos aproximadamente. Dio Mio! Como o tempo passa! Minha madrinha e tia Antonieta em pleno período natalino falou-me com uma convicção que só a ela pertencia: “Nersinia, Papai Noel não existe, é uma invenção dos protestantes. No Natal devemos homenagear o Gesu Bambino, ou seja, o Menino Jesus, como na Itália. Cristão que é católico deve adorar e pedir as coisas para o Gesu Bambino. Ta certa Nersinia?”.
Todo esse barulho devido a
o pronunciamento no púlpito do domingo da Igreja Matriz do Divino Espírito Santo, que foi ocupada pelo padre Barnabé Giron, evidentemente obedecendo ordem do bispo da diocese de São Carlos, dom Ruy Serra e que era emanado do Vaticano numa campanha para abolir o famoso gordão de nome Papai Nol.
Não acreditei naquela patacoada. Ou até que acreditei naquele momento, mas passado pouco tempo voltei ao velho barbudo de roupa vermelha, que descia pela chaminé e que no Natal me deixou embaixo da cama uma bicicleta naquele ano, outro um patinete e assim por diante mais brinquedos que eu pedia com devoção.
E para encerrar aqui vai o meu pedido, hoje já grandinho. Não ao Gesu Bambino, mas sim ao Papai Noel, que neste ano levou meu cantor favorito, minha cantora favorita e meu ator e atriz favoritos. Quero lembrar a você que os meus políticos favoritos são a Dilma e o Lula.
josé nelson dante
