PÉROLAS DANTESCAS – VAGA-LUMES  

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            Em Dois Córregos chamamos por vaga-lume esse inseto que brilha nas noites escuras em determinada época do ano. São também chamados de pirilampos.

Deixando a nomenclatura, vamos ao bichinho que sempre me fascinou. Quando pequeno achava que ele tinha aquela luzinha fluorescente no abdômen e na cabeça para enxergar o seu caminho no breu da noite e chamar o vaga-lume para pegá-lo e colocá-lo dentro de uma garrafa: “vaga-lume tem-tem seu pai ta aqui e sua mãe também”. Ficava um tempão chamando e nada deles virem. Precisava sair à luta, daí encontrava alguns, mas não era fácil porque tinha que derrubá-lo no ar e segurar quando caído, antes que voltasse voar. Tudo isso no escuro da noite. O que nós gostávamos também era de esfregar seu abdômen fluorescente na parede e a mesma por um bom tempo ficar com um rastro luminoso.

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Medo mesmo era de ficar cego. Até hoje não sei se é verdade, quem souber me informe: minha mãe e minha madrinha não cansar de falar: “Nersinho não ponha a mão nos olhos depois de pegar vaga-lumes, que você vai ficar cego!”.

Será lenda? Dito popular. Crendice. Uma verdade da sabedoria do povo?

De uma coisa tenho certeza – cego ando hoje quando vejo um vaga-lume e não enxergo aquelas brincadeiras de um tempo que se foi…

josé nelson dante

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