PÉROLAS DANTESCAS- NOSSO CONTERRÂNEO QUE AJUDOU NA FUNDAÇÃO DO MASP

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JOSÉ NELSON DANTE

Um dois-correguense ajudou a formar o acervo do Museu de Arte de São Paulo, o MASP, no ano de 1946. Assis Chateaubriand, na época o homem mais poderoso do Brasil, proprietário dos Diários Associados, um império de comunicação maior que o Globo dos nossos tempos, foi no Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, ver uma mostra de 54 telas com pinturas italianas dos séc. XII ao XVIII, trazidas ao Brasil pelo marchand Pietro Maria Bardi. Pietro veio com indicação do crítico brasileiro Mario da Silva Brito.

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É o dois-correguense que consta no livro Chatô o Rei do Brasil de Fernando Moraes onde essa história é narrada. Chateaubriand pediu para ser apresentado ao marchand, que imediatamente foi contratado. Chatô sabia que a Europa estava quebrada, após a 2a. Grande Guerra Mundial, a burguesia não tinha dinheiro nem pra comida e vendia suas obras de arte dos séculos XIII a XVII a preços de banana. Com a ajuda de Pietro Bardi, formou-se um acervo pequeno, mas excepcional com 8 séculos de história da arte. Com a escolha de Pietro Bardi, junto com o olho matreiro de Chateaubriand que desviou do Primeiro Mundo e trouxe para nós, vieram para cá obras de Bellini, Tintoretto, Botticelli, Modigliani, Chagall, Bosch, Rafael, Tiziano, Velásquez, Rembrandt, Goya, Cézanne, Renoir, Van Gogh, só para exemplificar.

A nata mesmo! O acervo hoje é estimado em muitos bilhões de reais. Mario da Silva Brito é também um nome fundamental para o conhecimento da Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo. O seu livro Historia do Modernismo Brasileiro retrata muito bem esse evento. Foi também diretor da Editora Civilização Brasileira. Foi crítico literário, poeta famoso, jornalista, editor, memorialista e historiador de literatura.

Esteve em nossa cidade visitando-a a convite do meu dileto amigo Heusner Grael de Moura Tablas, durante um festival de poesia promovido pelo Heusner e a foto abaixo mostra da esquerda para a direita Mario da Silva Brito, Elenice Candido Dante e José Nelson Dante, numa reunião no Parque Balneário de Dois Córregos e nota-se ao fundo à direita o casal Heusner e Cristina sentados na mesa onde os de pé se encontravam, isto é, Eu, a Elenice e o senhor Mário da Silva Brito.

Encerro estas pérolas com um pensamento do poeta e escritor Mario da Silva Brito: “Viver é trapacear com a morte”.

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