A máquina mais humana do que o homem

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Uma recente pesquisa britânica sobre psicopatia funcional apurou que os detentores de autoridade são mais propensos a esse transtorno mental. Isso porque, para vencer na sociedade competitiva, é preciso não sentir empatia, não se impressionar, não ter sensibilidade.

Em vários níveis se constata, ao menos empiricamente, a realidade de tal conclusão. Há pequenos tiranos que atuam com desrespeito ao semelhante, até porque eles não consideram “semelhante” o despossuído, o carente ou o diferente.

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No setor estatal essa figura é quase regra. O servidor estável se esquece de que tem um patrão: o cidadão. É este quem paga os seus salários. Mas o trato conferido ao “patrão” é incompatível com a realidade. Que o digam os infelizes que ficam em filas. Nas unidades de saúde, nos hospitais, à espera da boa vontade de quem – muita vez – está no celular conferindo mensagens ou conversando com alguém a quem outorga prioridade.

Seria interessante para os exercentes de cargos de mando eletivo, fizessem constantes visitas às repartições públicas da sua esfera de atuação. Assim, o Prefeito deveria visitar todas as dependências destinadas ao atendimento ao público, para verificar pessoalmente como é que o munícipe está sendo tratado. O governador deveria reservar alguns dias do mês para visitas incertas a todos os postos que recebem a aflita visita de um necessitado de serviço público.

Num país ideal, até o Presidente da República faria isso. E, ao constatar mau atendimento, grosseria, displicência, falta de polidez, a consequência deveria ser uma sanção. Em caso de reincidência, instauração de procedimento administrativo. Melhor ainda, a substituição desse pseudo servidor por outro mais qualificado.

São vícios como esses que justificam a adoção da Inteligência Artificial para fazer aquilo que os humanos não têm conseguido fazer com a necessária observância do princípio à dignidade humana, o norte inspirador da nação brasileira, a partir do pacto fundamental de 5.10.1988.

Até porque, a Inteligência Artificial já se afirmou ser mais inteligente do que o homem, que não consegue ser sensível e humano, como sua pretensão tem proclamado.

*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS.

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