Um cientista da computação e precursor da realidade virtual escreveu um livro interessante: “Dez Argumentos Para Você Deletar Agora Suas Redes Sociais”.
Seu nome é Jaron Lanier e seus dez argumentos merecem ao menos menção e reflexão: 1. Você está perdendo seu livre-arbítrio; 2. Largar as redes sociais é a maneira mais certeira de resistir à insanidade de nossos tempos; 3. As redes sociais estão tornando você um babaca; 4. As redes sociais minam a verdade; 5. As redes sociais transformam o que você diz em algo sem sentido; 6. As redes sociais destroem sua capacidade de empatia; 7. As redes sociais deixam você infeliz; 8. As redes sociais não querem que você tenha dignidade econômica; 9. As redes sociais tornam a política impossível; 10. As redes sociais odeiam sua alma.
Pode-se não concordar com a tese de Jaron Lanier. Mas não é mentira que estar permanentemente à disposição das mensagens, do WhatsApp, do Face, do Linkedin e do Instagram é uma espécie de dependência.
É notório que as pessoas já não conversam como antigamente. É só através dos mobiles. O Brasil mergulhou fundo nessa onda. Tem 265 mobiles – celulares, smartphones, tablets e computadores pessoais – para pouco mais de 207 milhões de habitantes. O que traduz uma realidade relevante: há pessoas com mais de um aparelho para se comunicar.
Se a ilusão de ter milhares de amigos mantém entretidas as pessoas que digitam com rapidez cada vez maior e que se comunicam online instantaneamente com espaços inimagináveis, é também importante não desprezar a capacidade humana de um contato pessoal, do olho no olho, do abraço físico, não virtual. Do toque corporal que é imprescindível para desenvolver o sentido de pertencimento.
Não conseguimos nos livrar das TICs, pois esse é o mundo pós 4ª Revolução Industrial. Mas um uso adequado é a maneira mais adequada de não se deixar levar pelo instrumento. Afinal, o ser humano é sempre finalidade e tudo o mais é meio para torna-lo mais feliz.
Você conseguiria fazer um teste e passar um mês sem internet? Ou pelo menos uma semana? Se não conseguir, então vai mal…
*José Renato Nalini é Reitor da Uniregistral, docente da Uninove e Anchieta e autor de “Ética Geral e Profissional”, 13ª ed., RT-Thomson Reuters.
