Nossa prezada Dois Córregos sempre foi muito pródiga em pseudos engenheiros, arquitetos, decoradores, jardineiros e outras coisas mais. Fazendo uma verdadeira salada mista de aberrações na administração pública municipal.0805
Quando o prédio da Prefeitura Municipal atual foi construído, nos idos de 1950 – foi um ato de bravura do então prefeito Arthur de Carvalho, o Tula. A cidade não tinha muito recurso financeiro, vivia na pindaíba. O dinheiro era escasso na arrecadação.
O prédio da prefeitura era acanhado, pequeno e horrível.
Arregaçou-se as mangas e a cidade foi brindada com um prédio melhor, maior, altaneiro e vistoso na mesma Praça Coronel Francisco Simões.
Para tanto o prefeito reuniu seus pedreiros, pintores e mestres de obras e fez um rascunho em sua mesa traçando como seria o prédio da prefeitura. Todos gostaram muito. É claro, quem fez foi o patrão mor. Quem iria contestá-lo. E na verdade em minha opinião ficou um caixão retangular, feio e sem simetria. Um horror naquele páteo cheio de árvores. Mas tudo bem, prefeito é prefeito, principalmente naquela época e eu era uma criança, mas já com alguma dose de senso de ridículo.
O prédio foi inaugurado com aquelas festas de políticos, que vocês já conhecem: discursos, fitas simbólicas, bandas, abraços e beijos.
Após um bom tempo a terra da Nhá Eva foi visitada por um ilustre governador do Estado, o Doutor Adhemar de Barros. A cidade se alvoroçou com a presença de tão ilustre piracicabano. Chegou acenando para todos, cumprimentos e abraços sem fim. Naquele momento todo cidadão se tornou ademarista do PSP para puxar o saco é evidente. O eleitor é matreiro e vai ao sabor da onda.
Pois bem, depois do rega-bofe, adentrou no prédio da Prefeitura, sentou-se numa cadeira do Gabinete do Prefeito, junto ao alcaide e os demais políticos partidários. E lá pelas tantas, o Dr. Adhemar pede licença para fazer xixi. Corre pra cá, corre pra lá e não acham o recinto com o bendito vaso sanitário. Levam o governador para fora do prédio e vai fazer a obrigação no Posto de Gasolina do Carlos Coimbra, esquina da mesma praça, quase em frente à prefeitura. Na volta, mais aliviado, ele pergunta ao prefeito:
–- Prefeito cadê a privada?
Não houve nem resposta. Dai todos ficaram sabendo que o prefeito construtor esqueceu-se de fazer os sanitários no prédio da Prefeitura.
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SANTA IGNORANCIA
Aconteceu numa bem organizada empresa agrícola desta cidade, que visando a melhoria de condições higiênicas para a família dos trabalhadores, ela construiu um grande núcleo habitacional em uma de suas fazendas.
Foram edificadas diversas casas de alvenaria, com água encanada, esgoto, energia elétrica e amplos banheiros.
O trabalho de remanejamento, acomodação nas novas residências e educação sanitária aos novos moradores ficou a cargo da competente equipe de Assistência Social da Indústria.
Passado alguns dias o chefe do Setor Agrícola é procurado por um dos moradores das novas moradias: “olha seu doutor eu não vou mais morar naquela casa!”. Por quê? Surpreso indaga o chefe agrícola. O nosso humilde trabalhador responde: “A casinha é muito boa. Coberta de telha, feita de tijolo, forro, mas tem uma coisa que não gostei nem um pouco – tem privada dentro da casa.
josé nelson dante